Este título não é um ataque aos conceitos fundantes da atividade empreendedora. É o exercício de uma vivência empírica, combinada com uma busca urgente pela qualificação e conhecimento, essenciais para fazer prosperar um empreendimento.
Meus pais, semianalfabetos, administravam uma leitaria com meia dúzia de vaquinhas. O networking era a relação com a vizinhança. E a fidelização passava pela qualidade do produto: leite puro e fresquinho. Sem qualquer formação teórica, apenas com o “tino” para o negócio, criaram quatro filhos.
Assim como eles, quando criei a Radioweb, não tinha qualquer noção teórica sobre a atividade empresarial. Possuía uma experiência superficial de TI e um networking construído a partir do programa de rádio sobre Informática. Pouco para quem tinha pretensão de empreender em comunicação, onde o “ticket de entrada” exigia milhões para montar um jornal, uma TV ou uma rádio.
Se há algo visionário no início da Radioweb, lá em 2001, foi o fato de compreender que a Internet, então de linha discada, poderia crescer e oferecer alguma chance de sucesso àquela empreitada. O nosso modelo de negócio era, vejam só, produzir matérias em MP3 e hospedar num site para que as rádios utilizassem.
Com o início da comercialização da primeira banda larga no Brasil, a ADSL, em 2004, eliminamos a onerosa transmissão por telefone e passamos a operar só via web. O nosso pioneirismo nos permitiu obter uma boa vantagem competitiva. Mas era preciso manter a qualidade e credibilidade do conteúdo, esforço compensado com a conquista de 88 prêmios de jornalismo.
Nascemos produzindo podcast e branded content quando pouco ou quase nada se falava sobre tais conceitos.
Apesar de todo o processo inovador e disruptivo deste século, as soluções empreendedoras se sustentam num alicerce já constituído, histórico, consagrado. As oportunidades ficam pululando por aí, nem sempre à espera de uma invenção genial. Podem prescindir apenas de uma fusão, de um novo molde, de uma adaptação. Por isso, as iniciativas inovadoras sempre terão um misto de empirismo, coragem, dedicação, conhecimento, qualificação, paciência, persistência e perseverança. Basta querer para chegar lá? Não. A atividade empresarial também é uma máquina de moer expectativas e triturar esperanças.
Neste “museu de grandes novidades”, a Radioweb comemora 23 anos neste 23 de agosto. Sorte minha que eu convenci três sócios a me seguirem nesta jornada, a Caroline Mello, a Daniela Madeira e o Geanoni Mousquer. E hoje somos vitoriosos porque também temos uma equipe de 70 pessoas comprometidas.
A vida segue e sabemos que “ainda estão rolando os dados, porque o tempo, o tempo não para”. Sigamos rumo aos 25, aos 30, aos 50...
Além da Agência, que tem mais de duas mil rádios afiliadas, o Grupo Radioweb oferece uma gama de soluções de conteúdo e tecnologia em áudio, como rádio corporativa, podcast, projetos de comunicação interna e tecnologia de monitoramento de mídia.
*texto produzido pelo diretor geral do Grupo Radioweb Paulo Gilvane Borges.