Ela nasce às 16h50 de 23 de agosto de 2001. Logo já presencia o ataque às Torres Gêmeas, um prenúncio de que a sua vida será marcada por grandes acontecimentos, grandes emoções.
Visionária, ela vislumbra ser pioneira da Internet, mas a velocidade de conexão com o mundo está muito aquém do que deseja. O mundo está no ritmo da linha discada e ela quer a velocidade da banda larga. Estar à frente do seu tempo tem lá os seus dissabores. Mas ela antevê excelentes perspectivas.
Os primeiros quatro anos são de dúvidas, tensões, aflições, sobretudo de incertezas. Tudo assim, no plural. Ela vive aquele período crucial em que a taxa de sobrevivência é baixa. Os “pais” são inexperientes, porém presentes. Há motivos para acreditar que as perspectivas, se ainda não o são, podem ser excelentes.
Aos cinco anos, mesmo que ainda jovem, ela consegue pagar as contas e pela primeira vez coloca alguma moeda no cofrinho. Se mesmo antes já era motivo de orgulho, agora é ainda mais admirada. As perspectivas parecem mesmo ser excelentes.
Orgulhosa das conquistas na própria aldeia, chega a hora de explorar novos territórios. Inquieta como Fernão Capelo Gaivota, ela deixa o conforto do seu ninho e voa para descobrir o que há de instigante para além das montanhas. Os voos são desafiadores, as viagens, inspiradoras. E os obstáculos, numerosos. Mas é importante acreditar nas perspectivas.
Se o desbravar do além-montanha é repleto de conquistas e emoções, por outro lado ela descobre que todo o voo é suscetível a vitórias e derrotas, sucessos e fracassos, altos e baixos. Descobre que a calmaria pode ser o prelúdio de uma tempestade. E que uma tempestade, por forte que seja, nem sempre é o fim da viagem. A vida lhe ensina que “o mar calmo nunca fez bom marinheiro”. Se bem que não precisava tanta turbulência, né! As perspectivas, mesmo assim, não deixam de parecer excelentes.
E tem a adolescência, aquela sede de conquistas que não cabe no tempo, as frustrações proporcionais às expectativas, as crises de identidade, as dúvidas sobre qual caminho seguir, os conflitos consigo mesma. Um turbilhão, a vida não lhe dá sossego! Mas vá lá que as perspectivas, quem sabe, possam ser razoáveis, talvez boas, quiçá excelentes.
Seguidamente ela também é tragada pelos tsunamis da vida. A onda passa e deixa um rastro de escombros: corrupção, desemprego, crise, violência, desilusões. A ela resta continuar na batalha, encarar a frustração, o medo e a desesperança. E ainda assim acreditar nas perspectivas, mesmo que por ora mais distantes.
A já não tão curta caminhada lhe mostra que não basta querer para chegar lá. Ter um propósito, um objetivo, um sonho é, sim, um bom começo. Mas além de fazer é preciso saber fazer. E fazer bem. Não há fórmula pronta, mas recomenda-se redundar em tudo o que há de significados e significantes nestas palavras: persistência, perseverança e paciência.
E então, neste dia 23 de agosto de 2019, a Agência Radioweb se faz adulta e chega aos 18 anos. Chega à maioridade sem perder as suas peculiaridades de sonhadora, disruptiva e inovadora.
Percorremos o passado e contemplamos conquistas, alegrias, situações engraçadas, a irreverência da equipe, a parceria das 2.200 rádios afiliadas, a relação profissional com nossos clientes.
Olhamos o presente e observamos uma empresa sólida, querida por quem nela trabalha, admirada pelo mercado e, para nosso maior orgulho, com um atributo que muito nos envaidece: a credibilidade. Afinal, são 65 prêmios de jornalismo conquistados até agora.
Chegamos à dita maioridade com a consciência de que construímos um belo legado, fruto do esforço de todas as pessoas que trabalharam ou trabalham conosco. Sim, isto é um sincero agradecimento a todos.
O aniversário sempre enseja uma analogia filosófica. A citação que melhor resume a nossa jornada é a de Benjamin Disraeli: “Ama-se mais o que se conquista com esforço”.
Porém, depois do brinde, do bolo e da festa, é hora de pensar no futuro.
Nestes tempos estranhos, na era da pós e da auto- verdade, ressaltamos nossa crença na apuração dos fatos. Naqueles fatos que, noticiados, analisados e compreendidos com racionalidade e sabedoria, possam mostrar o caminho da verdade, que é a essência do bom jornalismo.
O nosso legado foi construído com valores humanistas que consideramos nobres e verdadeiros. E são estes mesmos valores que norteiam o nosso futuro, tendo a liberdade como princípio, em especial a liberdade de imprensa.
Entendemos que a vida tem um propósito e a nossa missão segue sendo a de contribuir para um mundo melhor. A nossa arma é o radiojornalismo. E a notícia é a nossa munição.
Sigamos, com aquela convicção de que, sim, as perspectivas são excelentes